José Asdrúbal Marsíglia de Oliveira – Médico, Professor e Humanista
José Asdrúbal Marsíglia de Oliveira foi uma figura emblemática da medicina e do ensino universitário. Exímio anatomista e cirurgião, professor emérito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), destacou-se como especialista em cancerologia e cirurgia de cabeça e pescoço. Dedicou grande parte de sua vida profissional ao Hospital Napoleão Laureano, onde construiu um legado de competência, dedicação e humanidade. Além disso, foi coronel médico e o primeiro diretor do Hospital General Edson Ramalho.
Teve um papel fundamental na estruturação do ensino médico na Paraíba. Em 1950, participou da fundação da Faculdade de Medicina da Paraíba, instituição onde exerceu um papel central na formação de novas gerações de médicos. Em 19 de dezembro de 1980, consolidou seu compromisso com a cultura, a história e a educação ao ser um dos fundadores e o primeiro presidente da Academia Paraibana de Medicina.
Homem de sólida formação humanística, cidadão íntegro e de conduta exemplar, seu vasto currículo reflete a dedicação ao ensino, à pesquisa e à prática médica.
Nascido em 28 de fevereiro de 1915, em Coruripe, Alagoas, faleceu em 8 de dezembro de 2002. Casou-se com Maria do Carmo Oliveira, com quem teve cinco filhos: Marcus Vinícius, Marcílio Otávio, Antônio Sérgio, Asdrúbal Filho e Glorizabel.
Ingressou na Faculdade de Medicina do Recife, atualmente parte da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), formando-se em 8 de dezembro de 1940. Desde cedo, demonstrou vocação para o ensino e para a pesquisa, características que marcaram toda a sua trajetória profissional.
Sua carreira acadêmica teve início em 1942, quando foi nomeado professor para lecionar Noções de Anatomia, Fisiologia e Cinesiologia no Curso de Emergência para Monitores de Educação Física do Estado da Paraíba.
Fou professor catedrático e fundador da cadeira de Anatomia Sistemática e Topográfica da Faculdade de Medicina da Paraíba. Dr Asdrúbal teve papel fundamental no ensino prático da Anatomia em cadávares, ao ponto de o SVO da Paraíba ser denominado com.seu nome.
Ao longo de sua carreira, desempenhou um papel essencial na estruturação acadêmica e científica da instituição. Em 1972, assumiu a chefia do Departamento de Morfologia da UFPB, cargo que ocupou com dedicação e competência. Fou chefe do Setor de Pesquisa em Anatomia do mesmo departamento, contribuindo significativamente para o avanço dos estudos na área.
Sua atuação no ensino médico foi notável. Participou de bancas examinadoras para concursos de professores, avaliou teses e orientou monitorias na área de ciências morfológicas. Ministrou disciplinas essenciais para a formação de novos profissionais, como Neuroanatomia, Anatomia Cirúrgica, Patologia e Cirurgia Bucal. Além da UFPB, também atuou na Universidade Estadual de Mato Grosso e na Associação Paraibana de Cirurgiões-Dentistas.
No campo da pesquisa, sua contribuição ultrapassou as fronteiras nacionais. Seu trabalho Retrobulbar Granular Cell Myoblastoma foi publicado no prestigiado British Journal of Ophthalmology, em 1972, conferindo-lhe reconhecimento internacional.
Além da produção acadêmica, foi um incansável disseminador do conhecimento. Ministrou palestras e conferências sobre temas como tireoidopatias, câncer da língua, bases do tratamento cirúrgico do câncer e prevenção do câncer de cabeça e pescoço.
Por sua atuação exemplar, recebeu diversas honrarias. Em 1988, foi Presidente de Honra do II Curso de Educação Continuada da Sociedade Nordestina de Neurocirurgia. Recebeu diplomas de Honra ao Mérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões e foi agraciado com o título de sócio honorário da Associação Paraibana de Cirurgiões-Dentistas.
Participou ativamente de importantes sociedades médicas. Foi membro da Sociedade de Medicina e Cirurgia da Paraíba ,da Sociedade Brasileira de Anatomia e da Sociedade Paraibana de Cancerologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Ao longo de sua carreira, consolidou-se como um dos mais importantes anatomistas e professores de sua geração. Seu legado permanece vivo na medicina, perpetuado na Academia Paraibana de Medicina e na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo e aprender com seus ensinamentos.