MÉDICA MARIA DE LOURDES BRITTO PESSOA
Notas biográficas:
– Maria de Lourdes Britto Pessoa nasceu em João Pessoa/Paraíba no dia 22 de junho de 1923, filha de Epitácio Britto e Julinha Guimarães. Do casamento nasceram seus quatro irmãos: Jorge (primogênito), Leda, Beatriz e Orestes, pai do Acadêmico APMED Claudio Orestes.
– Formou-se em 1948, na Faculdade de Medicina do Recife (hoje Universidade Federal de Pernambuco), numa turma numerosa, mas com apenas 13 mulheres.
– Durante o curso médico conheceu o colega e aluno da mesma turma, Vanildo Guedes Pessoa. Juntos colaram grau, no dia 11 de dezembro de 1948 numa bela solenidade no Teatro Santa Isabel, em Recife/Pernambuco.
– No curso de pós-graduação no Rio de Janeiro, já estava noiva do colega Vanildo Guedes Pessoa.
– Com ele contraiu núpcias no dia 27 de janeiro de 1951, em João Pessoa, na pequena e histórica Igreja de Nossa Senhora de Nazaré na Praia do Poço, no litoral norte, próxima à casa de veraneio de seu venerado pai Epitácio Britto.
Do matrimônio, nasceram os filhos Vania Maria casada com Engenheiro Évio Lucena, Acadêmico de Ciências da Administração Vanildo Filho com Ana Zuleika, Odontóloga Maria Helena com o Acadêmico APMED Mario Toscano, Advogado Sílvio Britto e Empresário Paulo Luciano (in memoriam).
E viveram 27 anos casados.
Dr Vanildo Guedes Pessoa é patrono da APMED.
Formação:
– Contrariando a vontade da família, por ser ainda muito jovem, com a mediação do Dr. Luciano Ribeiro de Morais e apoio do Dr. Humberto Carneiro da Cunha Nóbrega, fez pós-graduação no Departamento Nacional de Saúde, no Rio de Janeiro, órgão do Ministério da Saúde.
– Frequentou e concluiu o Curso de Especialização em Psiquiatria e Higiene Mental na Divisão Nacional de Saúde Mental.
– Durante esse tempo, conheceu e fez amizade com vários professores destacando-se a doutora Nise Magalhães Silveira que promoveu a humanização do tratamento psiquiátrico no Brasil. Consultava os famosos Erich Fromm e Emilio Myra e Lopes, os mais renomados.
– Concluída a pós-graduação, voltou para exercer atividades profissionais em sua terra natal.
Atividade Profissional:
– Coordenadora de Psiquiatria da Colônia Juliano Moreira, durante 28 anos.
– Auxiliar de Ensino em Psiquiatria, Professora de Psicologia e Psiquiatria da UFPB durante 35 anos, titular da disciplina de Psicologia Médica.
– Chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicologia – nunca deixou a sala de aula, até mesmo quando respondia por cargos de chefia.
– Diretora do Instituto de Neuropsiquiatria Infantil – serviço público que acolhia doentes da Paraíba e de outros estados do País. Destacou-se no comando daquele órgão, melhorando as condições de funcionamento e separando definitivamente dos adultos a convivência das 84 crianças, em ambiente insalubre e de promiscuidades.
– Tomou posse, em 26 de março de 1987, da Cadeira Nº 32 da APMED, cujo patrono é Dr. Newton Nobre de Lacerda, tendo sido saudada pelo Acadêmico APMED Fundador e Titular, José Lavoisier Feitosa.
– Assumiu a Presidência da APMED, nos biênios de 1994 a 1996 e 1996/1998. Da lista de presidentes desde a fundação da APMED, foi a terceira a assumir a função, tendo sido a primeira mulher a ocupar o cargo da prestigiada instituição.
– Presidiu a representação da Paraíba na Sociedade Brasileira de Escritores Médicos (SOBRAMES).
Pioneirismo da homenageada:
– Primeira mulher Psiquiatra da Paraíba. Acolheu em seu consultório pacientes da Paraíba e Estados vizinhos.
– Inspetora Federal da Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM), com ambulatório de saúde mental em João Pessoa, exercendo o cargo durante 30 anos.
– Coordenadora de Psiquiatria do Estado da Paraíba.
– Primeira mulher médica professora a exercer o cargo de Chefe do Departamento de Psiquiatria e Psicologia.
– Primeira mulher a assumir a Presidência da APMED e também, como primeira representante da Federação Brasileira das Academias de Medicina.
– Primeira vez que uma mulher tomou posse na Presidência de uma Academia de Medicina no Brasil.
– Clinicou no consultório particular durante 62 anos, com orientação humanística preconizando o tratamento com dignidade e amor. Nunca indicou o eletrochoque nem a camisa de força, enfatizando que o doente mental reconhece a autoridade do médico.